Texto 3

Vamos deixar que entrem,
que invadam o seu lar

Rio de Janeiro, 27 de novembro de 1983. Era uma tarde de domingo, quando às 17 horas nasceu a filha do casal Ruth Maria Baraúna Leite Azevedo e Gil Gomes Azevedo. Mal sabiam eles que acabara de chegar ao mundo uma menina que se apaixonaria por artes, principalmente a música, e que daria continuação à veia musical que a família tem.
Desde pequena, eu já pegava os discos de meus pais e espalhava pelo chão, trocava de capa e colocava na vitrola. Apesar de não ser levada, a música me mantinha em transe. Aos três anos, já observava atentamente minha tia tocando piano, nota por nota, e tentava imitá-la.
Aos seis, já morando em Guarapari, Espírito Santo, mesmo frustrada por não saber ler partitura, tocava de ouvido o instrumento musical que me fascinara desde o princípio. E aos oito, descobri as maiores paixões de minha vida: o violão, e as músicas que ouvia, principalmente MPB e rock nacional dos anos 80. Aos 12 anos adorava falar sobre música, ouvir rádio, tocar em festinhas de colégio e assim é até hoje.
Certa vez, estava na casa de uma amiga, que tinha gravado uma fita cassete para ouvirmos durante a conversa. O som chamara a minha atenção. As músicas me eram familiares, mas não sabia exatamente de quem eram: eram os Titãs!
Foi assim que eles entraram na minha vida e ampliaram meu conhecimento musical, despertaram em mim o prazer de se ouvir uma boa música, o desejo de ir a diversos shows, ter uma banda e trabalhar na área musical, com produção de eventos.

Roberta Azevedo – Guarapari/ES


“Vamos deixar que entrem, que invadam o seu lar” – Pelo Avesso (Como Estão Vocês? – 2003)