nem existem motivos
Manhã de sol em Guarapari. Eu acordei tarde, pois na noite passada estava no XIII Festival de Alegre, no Espírito Santo.
Como de costume, eu me levanto e olho para o relógio. São três horas da tarde. Hora de começar a me preparar para mais uma jornada de shows. Ao sair do banho, minha mãe me chama: “Betinha, corre, venha ver uma reportagem aqui na televisão”. Eu fui correndo assistir. Toda a alegria que circundava o ambiente sumiu de repente e transformou-se em uma grande angústia, me senti como se tivessem puxado um tapete debaixo de meus pés. A grande causa dessa situação foi a notícia que acabara de ouvir: Marcelo Fromer, guitarrista dos Titãs, foi vítima de um atropelamento causado por um motoqueiro em São Paulo e havia falecido. Passei alguns minutos sem reação, olhando para a televisão e custando a crer no fato. Não podia ser verdade, não com ele.
O dia 13 de junho foi um dos mais doloridos de minha vida. Como já havia combinado de ir para Alegre com amigos, não tive como cancelar a viagem.
Durante o caminho, eu não pensava em outra coisa e me perguntava “como”, “por que” entre outras, que ficaram sem resposta. O astral não era mais o mesmo, e eu refletia o quanto as pessoas são impotentes diante de certas situações.
Chegando em Alegre, tentei me divertir, mas minha cabeça estava em outro lugar. O show do Jota Quest foi o que mais marcou no dia e talvez o único ao qual prestei atenção, pois achei muito bonito o gesto de Rogério Flausino, que dedicou o show inteiro “a um grande amigo e companheiro que havia perdido”.
Roberta
“Não existe razão, nem existem motivos” – Violência (Jesus Não Tem Dentes No País dos Banguelas – 1987)
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