frio, agora não dói mais
Era agosto de 2003, Roberta saiu de Guarapari com seu grande amigo e companheiro de shows, Rodolpho. Foram para Minas Gerais assistir ao Pop Rock, festival que ocorre anualmente em Belo Horizonte. Viajaram à noite e até incomodaram seus companheiros de viagem, pela zorra que faziam. O ônibus era um leito e eles cismavam em ficar cantando músicas dos Titãs e conversar o tempo inteiro. Os dois amigos chegaram cedo em Belo Horizonte e se hospedaram na casa da irmã de Roberta. Além de ter família em BH, Beta conhecia as belo-horizontinas Fernanda e Liliane, mas só pela Internet, trocando idéias sobre os Titãs em uma lista chamada “Titanomania”. Ficaram logo amigas, pois tinham muitas coisas em comum.
O festival ocorreu no Independência, estádio do América, mais aconchegante que o Mineirão, onde o evento já havia acontecido. Beta e seu amigo partiram cedo rumo ao estádio, que teria seus portões abertos às 14h, e ficaram de se encontrar com Carolina, sobrinha de Roberta, que chegaria mais tarde ao local. Conseguiram chegar a tempo de estarem em um bom lugar para assistir aos shows, ou seja, no gargarejo, bem na frente, como de costume. Mesmo com o sol a pino, os seguranças impediram a dupla de entrarem no estádio levando sua munição, ou seja, garrafas d’água. Uma ironia em se tratando de um festival que tem como temática “Amigos da Água”. Vai ver que, de tão amigos, queriam economizar...
Enquanto esperavam pelo início dos shows, resolveram sentar por perto da grade para conversar. Depois de um tempo, Roberta levantou-se para observar o que acontecia no palco, o movimento, as pessoas chegando. Ela passou o olho por todo o Independência. Havia um grupo de pessoas na frente do palco, dentre os quais estavam fotógrafos, organizadores do evento e jornalistas. Sem mais, nem menos, fixou o olhar em uma pessoa. Não poderia ser outra, não poderia estar enganada. Conhecia o rosto (e o cabelo vermelho) de algum lugar. Era ela mesma: Liliane! Ao seu lado uma moça alta e de óculos escuros: Fernanda! Imediatamente Roberta começou a fazer gestos, tentava sinalizar para ver se uma das duas olhava para ela e a reconhecesse, o que achava praticamente impossível. Até que Liliane viu aquela cena toda, apontou em sua direção e sibilou: “Roberta?”.Logo as duas foram em direção de Beta e Rodolpho, conversaram um pouco, mas Ferdi e Lili não poderiam ficar ali, pois estavam trabalhando na cobertura do evento. Roberta mal imaginava que pudesse encontrar a dupla no Independência e estava feliz pelo ocorrido.
As bandas começaram a tocar e, volta e meia, as duas apareciam para conversar, oferecer água e até pipoca! Pouco antes dos Titãs subirem ao palco, Liliane oferece a Roberta uma espécie de credencial para assistir o show no Snake Pit, localizado abaixo do palco. Beta acabou fazendo belas fotos, que foram parar no site para onde Lili trabalhava, o que abriu algumas portas para a “capixaba”, em Guarapari. O show, apesar de curto, foi maravilhoso. E Beta jamais se esqueceria daquele dia em que viu os Titãs tocar e ainda conheceu Fernanda e Liliane, de quem viria a se tornar grande amiga.
“Sono, sede, fome, frio, agora não dói mais”- Nós Estamos Bem (Como Estão Vocês? – 2003)
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