Texto 34
Ficar bem ou mal acompanhado,
não importa se der tudo errado
Samara chegou ao Rio de Janeiro levando na bagagem além de malas, duas semanas muito bem aproveitadas em terras mineiras, onde pode ter a companhia de Fernanda e Liliane, em aventuras e passeios pelos morros e ladeiras geralistas. E o mais próximo que chegaram de um acontecimento titânico foi verem a apresentação de Paulo Miklos no Oi BH Fashion Tour. As três na fila do gargarejo, ao lado do Governador Aécio Neves. Privilégio concedido por Lili, que estava cobrindo o evento pro jornal em que trabalha.
Foi ainda em Minas que Sam soube da inclusão das mesas nos shows dos Titãs que rolaria no Rio de Janeiro no começo de Abril, época que ela estaria por lá e, obviamente, aproveitaria para conferir a apresentação da banda. Uma notícia um tanto quanto broxante (mesas são anti-tesão), afinal show de rock é inversamente proporcional a pessoas sentadas. Isso pegou todos os fãs de surpresa, alguns ficaram revoltados, outros aceitaram resignados e outros, poucos, gostaram. Teve ainda uma ameaça de um movimento intitulado de “Mesas pro ar”, inspirado na destruição em massa do Teatro Carlos Gomes feita pela platéia 20 anos atrás. Foi em Minas também que Sam teve uma outra notícia importante. Depois de um ano e meio os Titãs voltariam a tocar na sua cidade, Fortaleza, exatamente no período em que ela estaria viajando. Paciência, não era por isso que ela cancelaria seus planos de turista. Em todo caso sua irmã, Marianny, ia comparecer. Só que em pleno o auge da sua viagem, sua irmã foi a porta voz da boa nova: Bel Marques vocalista do Chiclete com Banana estava com Dengue! Ok, o quê isso tem a ver com os Titãs? Tudo! É o seguinte, os Titãs tocariam em Fortal num evento juntamente com o Chiclete, portanto o show deles também teve de ser adiado, e o melhor, por falta de disponibilidade da agenda, eles não poderiam mais tocar com o Chiclete, o show foi remarcado, e para alegria das irmãs, um só dos Titãs.
Voltando ao Rio. A primeira parada turística de Sam, fora andanças pelo aterro do Flamengo e a vista noturna da praia de Botafogo, bairro onde estava hospedada, foi o Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB). No final da tarde de quarta-feira, 05 de Abril, na companhia da Juliana Amado, Sam encontrou no CCBB amigos titânicos que até então só conhecia virtualmente: Lismar e Christianne do próprio Rio e Cíntia de Minas, que tinha ido ao Rio especialmente para os shows da banda. O encontro fluiu naturalmente como se conhecessem há anos, e no fim das contas, não era isso mesmo? Desde dos primórdios do titãs.net, aliás, alguns até bem antes dele. Cíntia e Chris tiveram que sair mais cedo, mas Lismar, Sam e Ju ainda foram até a Candelária finalizar o roteiro turístico daquele dia.
Na quinta foi dia de caminhar pelo Leblon, Lagoa Rodrigo de Freitas e Copacabana. Nos dois primeiros destinos Sam e Juliana foram sozinhas, mas em Copacabana se juntaram a Cíntia, que estava hospedada no hotel Othon Palace. Após andarem por horas pela orla da praia, elas voltaram ao hotel para recarregar as energias, tinham marcado de sair à noite com Victor (o Ramone), foi quando saíram do hotel que deram de cara com os novos hospedes que chegavam, Paulo Miklos e Sérgio Britto. As meninas ficaram surpresas, mas acharam melhor não falarem com eles naquela ocasião e contexto, então seguiram. O encontro com Victor se deu num bar em Copa mesmo, regado a chopp para aqueles que bebiam e suco para os demais, mas numa enorme diversão e bate-papo, que se juntaram Vinicius D’Ávilla e também alguns amigos de BH da Cíntia.
Sexta foi dia de irem ao Museu da República e depois de buscar a Adry de BH no aeroporto. Mal chegaram na casa de Ju, já era hora de partirem para o Canecão, iam conferir a passagem de som dos Titãs. Lá encontraram Cíntia, Chris e Carol Angel.
Era a primeira vez de Sam e Ju numa passagem de som, ambas estavam achando tudo empolgante. Vê-los combinando detalhes, corrigindo erros, participar do coral de Flores (a pedido dos próprios), conferir os caras super à vontade, com direito até a dancinhas a la balé do Faustão de Tony Bellotto, que inclusive desceu do palco pra tocar sentado nas cadeiras. O negócio estava tão família, que até José, filho de Britto, estava por lá. O único problema era o clima. O Canecão estava um forno, as meninas suando, os Titãs muito mais. A casa também ainda estava meio desorganizada, mas não era tão grande quanto Sam imaginava. E sim, a pista não era nem um pouco privilegiada, triste constatação.
Ao final da passagem, Sérgio Britto desceu do palco para cumprimentar as meninas. Logo ele reconheceu Sam, chamando atenção para o fato de ela estar de férias. Sam aproveitou o ensejo para apresentar Juliana a ele, explicando todo o contexto. Juliana é deficiente auditiva, mas por ser fã de Tony Bellotto como escritor começou a gostar dos Titãs pelas letras das músicas, gosta de ir a shows por causa da energia e pelos amigos que fizera. Juliana é surda oralizada, ou seja, sabe falar e fazer leitura labial. Vale ressaltar também que Juliana faz teatro e tem como sua maior ídolo a atriz Malu Mader, providencialmente esposa de Bellotto.
Logo depois foi a vez de Charles Gavin ser apresentado a ela. Charles se mostrou interessado pelo assunto e teve todas suas dúvidas prontamente respondidas pelas meninas. Só uma coisa preocupava Sam, ela queria que Juliana se encontrasse com Tony. Juliana carregava na bolsa três livros do guitarrista na esperança de sair de lá com eles devidamente autografados. Só que Tony não dava as caras, então, Sam foi tentar achá-lo. Pegou ele já de saída, explicou a ele toda a situação e ele se dispôs a atender Juliana. E assim foi feito, mas devido à pressa só um dos livros foi autografado, mas já estava de bom tamanho para Ju, que saiu de lá radiante. Adry também conseguiu falar com o Charles a respeito dos ingressos para domingo que ele tinha prometido a ela. Acabou que ele conseguiu ingresso para Adry e mais três, dentre esses três estava Sam e Ju, claro.
Passagem de som é quase um showzinho particular, mas nada que se compare à energia de um público, e lá se foram elas se aprontarem para o show.
De tão ansiosas que estavam elas foram as primeiras a chegar ao Canecão. Esse dia seria o único dia que elas estariam de mesa. O Canecão estava diferente da hora da passagem de som, o ar abafado deu lugar a um forte ar condicionado, reinava a organização, tudo muito chique. Elas ficaram por lá batendo papo, e a elas foram se juntando outros fãs conhecidos, até que finalmente começou o show. As três concordavam em uma coisa: assistir show sentado era muito estranho. Elas tinham que se controlar para não levantarem e agitarem como o som pedia. Elas olhavam para os lados e com exceção da Cíntia, Chris e Carol que também estavam por lá, quase ninguém das mesas cantava as músicas. A revolta do público detonou quando Branco partiu para os agradecimentos antes de entoar O Inferno São Os Outros: “Eu queria agradecer a presença dos nossos amigos, dos nossos convidados...”. Ele foi brutamente interrompido por um ser abençoado que gritou lá do fundo “E o público, porra!?!”. O tal ser foi ovacionado, e Branco tentou se corrigir: “E o nosso público também, são todos nossos amigos...”.
Então, o show seguiu em sua ordem quase normal. “Como assim em Epitáfio não teve o famoso levanta multidão ‘Sai do chão’ do Britto??”, se perguntavam Sam. Se os fãs tiveram que se segurar pra não entoar a frase arrebatadora, imagina o vocalista. Porém, o final da música recompensou essa falta, a pedido de Britto, o publico batia palmas em sincronia e cantava os belos versos, ficou muito bonito. O momento mais hilário do show, e se duvidar de toda a carreira do Titãs, foi anunciado por Tony, que numa atitude inédita pegou o microfone para apresentar a performance de Miklos. A performance tragicômica consistia da versão do Titãs para dança da pizza, nome dado a dancinha que virou notícia, feita pela deputada Ângela Guadagnin dias antes no congresso nacional durante a votação da cassação do deputado João Magno, que, claro, acabou em pizza. A dança de Miklos propositalmente era anunciação para música Vossa Excelência, e lá estava a galera para cantar o refrão (Filha da Puta, Bandido, Corrupto, Ladrão!) com todas as suas forças, continuando mesmo depois do fim da música Em Nem Sempre Se Pode Ser Deus, Branco, em mais uma tentativa de fazer as pazes para o público, ofereceu a música aos fãs, um cutucão básico na platéia. Mas também foi o próprio Branco que, em Lugar Nenhum, convocou a galera para fazer a festa de pé com um sonoro “Levanta aí, caramba!”. Pronto, era o quê faltava, o povo levantou e correu pra frente do palco. O show estava mais pro final, mas a galera agitou bastante. Em Sonífera Ilha, Tony fez questão de se aproximar de Vinicius e provar acorde por acorde que sabia fazer o solo da música. Tony passou com mérito no teste, e Vinicius, que sempre pegava no pé de Tony, dizendo que ele errava o solo, ficou em êxtase e ainda saiu de lá com uma palheta do guitarrista.
Mesmo com muita vontade de promover o encontro entre Juliana e Malu Mader, as meninas resolveram nem tentar entrar no camarim, pois devido à estréia estava lotado de jornalistas e artistas.
No dia seguinte, as meninas deram continuidade ao seu roteiro turístico. No final da manhã foram ao lindo Jardim Botânico e pela tarde ao Cristo Redentor, com direito a muitas fotos e paisagens e vistas deslumbrantes. Depois que voltaram pra casa da Ju, descansaram, jantaram, se arrumaram e partiram para mais um show.
Dessa vez os ingressos eram de pista, e quando chegaram por lá tentaram encontrar o pessoal (leia-se Victor, Lismar e cia), mas acabaram se juntando a Amanda e a Priscila, amigas de longa data de Sam, vindas diretamente de Niterói. Ficaram lá conversando com entusiasmo sobre diversos assuntos, até que Alexandre Borges (sim, o ator) se aproxima. No começo ele parecia querer passar despercebido, estava de jaqueta e boné, mas depois tirou o boné e ficava encarando as meninas, enfim, estava pedindo para ser reconhecido, e assim foi feito. As meninas se aproximaram dele, trocaram uma idéia, bateram fotos e ele sempre gentil e animado.
Depois desse primeiro encontro (sim, houve outros) com Alexandre, elas voltaram aos seus lugares. A entrada dos Titãs já estava sendo anunciada, e em breve já entraria a vinheta de Mauro e Quitéria, seguida dos primeiros acordes da Melhor Banda De Todos Os Tempos. E assim se sucedeu.
O show seguiu o mesmo set list da noite anterior, mas a energia, essa era totalmente diferente. Não se sabe se foi o fato estarem de pista, e, portanto mais livres, ou o fato de terem encontrado mais amigos, ou ainda a animação dos Titãs, mais relaxados e ensaiados, mas era fato, o show de sábado foi melhor que o de sexta. Para alegria geral da nação, rolou mais uma vez a dança da pizza de Paulo Miklos, mas dessa vez sem a apresentação de Tony. Porém, Tony voltou ao microfone para dedicar Polícia à Marina Magessi, chefe da polícia carioca que estava em alguma mesa do setor A. Britto não se conteve e dessa vez incluiu o “sai do chão” em Epitáfio, e foi Britto também que em Homem Primata pediu para o povo levantar. Permissão dada, lá se foram as meninas curtir o show na frente do palco.
Final de show, o Canecão tinha alguns jornalistas e artistas, mas nada comparado à sexta. As meninas não tinham em mente entrar no camarim, até porque já tinham combinado com o pessoal de ir para um luau em Copacabana, mas Amanda usando da sua condição de parente da Malu Mader conseguiu entrar e levar as meninas junto.
O camarim estava bem cheio, e logo de cara elas viram Alexandre Borges, que nesse momento já tinha tomado umas e estava ainda mais animado, cumprimentando efusivamente todos, principalmente Paulo Miklos, que por sinal já foi seu companheiro de cena no filme O Invasor. Ele também reconheceu as meninas, e mais uma vez, se mostrou afável e simpático. Logo também elas souberam, pelo Tony, que a Malu não tinha ido ao show, pois tinha ido a um casamento, só os filhos, João e Antônio, tinha ido ver o pai. Já que não tinha Malu, Sam resolveu apresentar Ju aos outros Titãs que ela não conhecia, Paulo e Branco. Branco passou rapidamente, sem tempo para uma aproximação, já Paulo foi super carinhoso com Juliana. A garota saiu encantada com a recepção do titã-ator, que até recebeu muito bem a reclamação que ela fez, sobre o fato deles cantarem com a boca muito perto do microfone, o quê dificulta a leitura labial. Quem também ganhou a noite e um pouco mais foi a Adry, que conheceu a esposa de seu titã preferido, Charles Gavin, e ainda ganhou dele o livro Bossa Nova e Outras Bossas, de autoria do baterista.
No camarim ainda estavam Ângela Figueiredo e Joaquim, esposa e filho de Branco Mello, e José e Raquel, filho e esposa de Sérgio Britto. Aliás, José não largava do pai (ou era Britto que não largava do filho?), tanto que ele acabou saindo nas fotos que o pai tirou com as fãs. Outro que não perdia os filhos de vista era Tony Bellotto, que por uns segundos quase teve um ataque quando suspeitou que um dos seus tinha caído da escada. Sam ainda bateu um papo sobre lugares bacanas para shows em Fortaleza com Afonso, o novo segurança da banda, e já tratou de confirmar também tudo sobre o show em sua cidade. Informações que seriam passadas pra irmã imediatamente via mensagem de celular.
Depois dessa visita relâmpago ao camarim, Sam, Adry, Ju, Amanda e Priscila se dirigiram para frente do Canecão. As três primeiras estavam esperando Lismar pegar o carro no shopping ali perto para partirem para o luau. Já as duas últimas iam esperar pelo tio da Amanda para voltarem a sua cidade natal. Eis que quem foi fazer companhia às meninas? Ninguém mais, ninguém menos do que Alexandre Borges (sim, ele de novo). Ficaram lá conversando e rindo, todas naquela situação surreal de estarem batendo altos papos com um global que tinham acabado de conhecer. Alexandre, super solicito, se ofereceu pra deixar cada uma em casa, mas elas recusaram já que carona elas já tinham, e convenhamos, ele não estavam no seu estado normal. Mas depois que Lismar pegou as meninas, ele ainda fez companhia às outras duas até que o tio de Amanda chegasse, e só depois partiu num táxi.
O carro do Lismar, o famoso Santana, mais uma vez fez o milagre de comportar sete pessoas, e seguiu para as areias de Copacabana, mas antes com um pit stop básico na casa de Victor. Munidos de bebidas e salgadinhos eles se acomodaram na praia e ficaram lá até o dia amanhecer, cantando, tocando, bebendo, comendo, rindo, celebrando, dançando... Só estava proibido tocar Titãs! Mas, claro que rolou, não tinha como não rolar, e fez a alegria daquela turma toda. Sam, Adry e Ju tiveram que voltar para casa um pouco mais cedo, afinal ainda tinham um roteiro turístico para cumprir no domingo.
Acordaram e logo foram conferir o livro que a Adry tinha ganhado de Charles. Depois Adry e Ju foram numa feira em Ipanema. Sam não foi, pois estava com o pé torcido e já tinha o forçado demais nos últimos dias, preferiu poupá-lo para as próximas emoções do dia. Depois do almoço elas partiram pra conhecer o Pão de Açúcar e o Morro da Urca. Lá embarcaram no famoso bondinho, que proporcionou vistas maravilhosas. No Morro da Urca, a carioca Juliana apresentou às meninas o afamado Noites Cariocas, onde costuma ser palco de shows históricos dos Titãs.
Voltaram para casa e logo tiveram que ir ao Canecão, já que o show de domingo começava mais cedo que os anteriores, e elas ainda teriam que pegar os ingressos dados pelo Charles. Pegaram os ingressos com o Sérgio, da equipe dos Titãs, ele tinha prometido mesa, mas no final das contas disse que só tinha restado para pista. Com os ingressos nas mãos elas adentraram a casa de show. Logo na entrada encontrara com Fred, produtor da banda, e trataram de colocar o papo em dia. Sam falou com Fred sobre a Juliana e a vontade que ela tinha de encontrar com a Malu. Ele disse que não sabia se ela viria, mas que ia colocar as meninas no camarim, era só chegar perto da porta no final do show.
Já lá dentro elas escolheram o lado esquerdo da pista e lá ficaram a espera dos amigos. Foi nessa que Malu Mader apareceu, e Juliana pediu a Sam que a acompanhasse, que ela ia tentar falar com a atriz. Elas bem que tentaram se aproximar, mas Malu estava cumprimentando seus amigos pelas mesas. Foi Victor que a chamou e disse que tinha uma super fã dela ali perto. Juliana, com auxilio de Sam, começou a falar com Malu, que prontamente lembrou do primeiro encontro das duas, que tinha sido na Livraria Travessa durante o lançamento do último livro de Tony. Ju entregou um presente que a própria tinha feito para Malu, que agradeceu e bateu foto com a fã. Missão cumprida, pensou Sam, agora vamos ao show!
Adry conseguiu invadir as mesas e assistiu ao show por lá mesmo, já Sam e Ju preferiram ficar com a galera, mais longe, de frente para o palco, logo depois das mesas, perto no mezzanino. De lá elas curtiram o show com toda a animação delas e da galera, e não era pouca! Pra Sam o melhor momento foi Anjo Exterminador, ela simplesmente ama essa música, sua preferida do novo cd, e nesse show ela pode curti-la melhor, berrando e pulando ao lado dos amigos. Em Diversão não deu outra, um super coro de “ôôôôôôôôôô” entoou pelo Canecão, semelhante aos dois dias anteriores. Quando as primeiras batidas de Lugar Nenhum se anunciaram, eles tentaram se aproximar do palco, mas foram barrados pelos seguranças. Minutos depois, na música seguinte, Britto convocou quem quisesse para se levantar, que o show já estava terminando, e todos os fãs, claro, atenderam ao pedido. E lá na frente, mais uma vez banda e público comungaram.
No Bis, Tony e Paulo voltaram com a camisa do time deles, Santos, que havia sido campeão paulista naquela tarde. Foram recebidos com algumas vaias e também por camisas do Botafogo, campeão carioca.
Findado o show, uma sensação de “é o último” tomou conta de Sam, já acostumada a ter shows dos Titãs em três dias seguidos, coisa inimaginável na sua terra. Bom, mas era fato, agora era esperar a passagem deles por Fortaleza, então lá foram elas para porta do camarim, esperar as providências de Fred. E como prometido ele pediu para o cara que coordena a entrada colocar as meninas lá dentro. Querendo fazer justiça, Sam ainda conseguiu colocar alguns amigos dentro, mas logo foi repreendida pelo segurança. Além delas três, entraram Cíntia, Júlia, Bella e Victor.
No camarim do Canecão, logo na entrada, há um pátio, tem que subir uma escada para ter acesso a um cômodo e dentro desse cômodo é que tem a sala que ficam os artistas, nesse caso, onde estavam os Titãs. Então, entraram lá e se deparam com um pátio lotado! Tinha também um monte de crianças, provavelmente amiguinhos dos filhos titãs, e claro, seus respectivos pais. As crianças estavam lá super empolgadas, correndo de um lado pro outro, jogando bolinhas de papel, pousando para as máquinas fotográficas e celulares dos pais corujas, enfim, achando tudo aquilo um grande parque de diversões. Quem não estava achando aquilo divertido era o Fred, não pelas crianças, mas pelo povo que se amontoava no pé da escada e empatava a passagem, inclusive a dele. Pela primeira vez da vida Sam viu Fred sem seu super bom humor habitual.
Entre as crianças estavam João, Antonio, Joaquim e José. Antônio era o mais agitado, descia freneticamente a escada, mas teve uma hora que ele não conseguia mais subir, foi aí que Sam foi ao auxilio do pequeno, pediu para aquela enorme muralha humana cedesse espaço para ele passar, ele agradeceu a gentileza, subiu e não se atreveu mais a voltar.
Ainda lá embaixo Ju e Sam reencontraram Malu, que dessa vez foi falar com elas com mais calma, agradeceu o presente, disse que estava guardado na bolsa, mas que ainda não tinha aberto. Sam disse que o presente tinha sido feito pela própria Juliana, e assim fez Malu conferir o agrado. A atriz disse que adorou o presente, o achou bonito e útil.
Algum tempo e artistas depois, foi liberada a entrada ao camarim. Só quem estava dando sopa lá por cima era Tony e Charles, que atenderam com simpatia a todos, mas era praticamente impossível manter um diálogo com eles por mais de 2 segundos, sempre chegava alguém pedindo um autografo ou uma foto. Tony bem que tentou conversar a respeito da doença de Bell Marques com Sam, mas não tinha jeito. A mesma incapacidade se deu com o Britto, que cumprimentou rápido as meninas. Mas, pelo menos, Juliana conseguiu falar com o Branco, que pelo visto já tinha sido interado do assunto por alguém, pois já foi perguntando se era ela que lia lábios. Elas ainda viram a pequena Dora, filha de Charles, que já dormia profundamente nos braços do pai.
Visto a impossibilidade de comunicação, as meninas aos poucos foram deixando o Canecão em direção as suas casas. Tinha chegado ao fim mais uma aventura titânica, mas não da temporada carioca.
Segunda-feira, 10/04/06, era último dia de Sam no Rio, então, ela marcou de se encontrar com os amigos no Botafogo Praia Shopping para se despedirem. Eis que lá Sam encontra um dos seus grandes ídolos, não, não foi dessa vez que ela encontrou com Chico Buarque, embora ela tivesse depositado fortes esperanças quando caminhou pelo Leblon. Na verdade ela encontrou com o ator Wagner Moura, e até conseguiu manter um dialogo substancial com ele. Fechando assim com chave de ouro suas férias. Ah, sim ela estava de férias em pleno os meses de março e abril, pois tem coisas que só uma junção de faculdade federal, greve e aulas em dezembro, janeiro e fevereiro fazem por você.
Em Fortaleza ela voltou para a vida normal de estudante e estagiária, mas já contando os dias para o próximo show, que já tinha data e local marcado, só se espera que nem uma casualidade como uma dengue que acomete vocalista de banda de axé, possa estragar os planos dela e da irmã.
“Ficar bem ou mal acompanhado, não importa se der tudo errado” – Diversão (Jesus Não Tem Dentes No País Dos Banguelas – 1987]